quinta-feira, 31 de maio de 2012

Estratégias de Patrocínios

Após me formar em Administração de Empresas e fazer uma Pós-Graduação de Marketing Esportivo, resolvi fazer uma MBA na Fundação Getúlio Vargas em Gestão Empresarial. O curso é bom, apesar de ter mais matérias de finanças, matemática e economia do que marketing, gestão administrativa e comercial como eu prefiro, mas é necessário ampliar meus conhecimentos em todas as áreas, afinal é exigência para todo bom administrador, conhecimento em todos os setores de uma organização.
Nesses dois últimos finais de semana tive aula com um professor chamado Arnaldo Schvartzer, grave esse nome, caso tenha a possibilidade de ter aula ou palestra com esse Senhor, você não deve perder. Ele utiliza um método diferente de ensino. Com uma vasta experiência no mercado ele conta suas experiências relacionando com a matéria em si e suas fundamentações. Simplesmente sensacional a aula de Gestão de Marketing ministrada pelo Arnaldo.
Em uma de suas experiências Arnaldo conta que quando trabalhava no Banco Nacional, responsável pelo Marketing, seu diretor lhe perguntou publicamente se valeria permanecer patrocinando o grande ídolo nacional Ayrton Senna. O questionamento era porque a verba para esse patrocínio não era pequena, além do banco atuar somente com contas de pessoas jurídicas, motivo de questionamento do diretor porque se fazia um investimento em “divulgação de massa”.
Arnaldo conseguiu convencer seu diretor que o investimento no Senna era muito rentável, pois mesmo pegando toda essa verba, até mesmo aumentando-a e comprando em mídia, eles não teriam o mesmo retorno, além de evitar que os concorrentes contratassem o maior ídolo nacional da época, ou seja, Ayrton dava ao Banco Nacional um retorno muito superior do que qualquer outro investimento em marketing.
Analisando esse relato do competente professor, pensei em dois casos atuais, claro que com algumas mudanças. Em 2008 quando eu estudava na Pós-graduação de Marketing Esportivo um dos cases mais estudados da época era o investimento do Banco Itaú no Futebol brasileiro, principalmente nas placas de publicidade da série A e posteriormente patrocinando a Seleção Brasileira. O Itaú tinha o interesse em fortalecer sua marca e impedir que os concorrentes utilizassem esses espaços, mas sem que houvesse uma estratégia de Marketing mais ampla para esses investimentos. Claro que a estratégia alterou e hoje o Banco utiliza esses seus investimentos muito mais do que fortalecimento da marca e para não deixar que seus concorrentes façam uso dessas propriedades de patrocínio.
Outro caso que me fez lembrar o relato do professor é o Banco BMG, que possui também o foco em contas de pessoas jurídicas, mas é claro que une sua estratégia com o investimento nos direitos econômicos dos atletas.
As estratégias de investimentos no esporte são diversas, respeitando a peculiaridade de cada negócio. O mais importante é gerar o retorno desejado, seja ele apenas coibir que seu concorrente aproveite a situação ou até mesmo ampliar seu negócio gerando um outro tipo de retorno como negociação de direitos econômicos de atletas.

Notícia do Dia

Hoje a principal notícia no Esporte brasileiro foi a saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo. O atleta entrou na justiça contra o time rubro-negro por atrasos nos pagamentos de salário, direito de imagem, FGTS  e INSS.
Desde o começo era claro que Ronaldinho Gaúcho e Assis erraram em suas escolhas. No Brasil todos os clubes sofrem grandes disputas políticas e de poder, afinal a grande maioria possui uma gestão presidencialista e em muitos casos com interesses extra clube, mas acertar com o Flamengo, um Clube de fortes pressões políticas além de engessado (burocrático ao extremo) onde até mesmo uma negociação comercial de patrocínio de camisa precisa ser aprovada com o conselho, foi o erro inicial.
Confesso que também esperava mais do Ronaldinho, por ele ter sido o melhor do mundo, mas os números que ele obteve em sua breve passagem pelo Flamengo é muito superior a grande maioria dos atletas, mesmo assim o custo benefício foi baixo.
Se o Ronaldinho não rendeu o que se esperava, ele pode ser criticado por isso, mas em nenhum momento pode servir como argumento pela falta de pagamentos por parte do Clube e muito menos para um diretor falar qualquer besteira para um torcedor, sabendo que hoje tudo pode ser gravado e ter consequências ainda piores como creio que terão.
Mais uma vez a Advogada Gislaine Nunes, considerada por alguns o terror dos dirigentes do Futebol brasileiro conseguiu mais uma rescisão de contrato delicada e sem muito esforço, isso porque os argumentos que a mesma utiliza são de provas claras, tornando os processos em que atua, muito mais rápidos.
O Flamengo não conseguiu pagá-lo pois a parceria inicial com uma empresa não deu certo, além de ter inflacionado muito o valor para conseguir leva-lo para Gávea  e sem contar que o Clube pensou que o Gaúcho teria o mesmo retorno do Fenômeno, mas esqueceram que Ronaldo Nazário tinha o dom com a bola no pé e como garoto propaganda, sem contar que tinha uma marca muito mais bem quista, atraindo muito mais investimentos.
Ronaldinho Gaúcho deve seguir a carreira, creio que o ideal seja a ida para a Liga Americana de Soccer (MLS), Futebol Árabe ou Chinês (que cresce muito economicamente). Antes de acertar seu futuro o atleta vai cuidar de sua mãe que passa por um tratamento de saúde, por sinal, desde que convivo com o mundo esportivo eu aprendi, quando atletas possuem problemas particulares sérios, principalmente quando envolvem família, ele não produzem o quanto podem. Claro que no caso do Ronaldinho, algumas saidinhas a mais também atrapalharam em seu rendimento.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Apresentação Virtual


Foi apresentado nessa tarde o novo uniforme do Barcelona para a temporada 2012/13. Com um designer diferente. Confesso que não gostei muito da camisa, creio que o designer dela irá “cansar” apesar de chamar atenção no início, aproveitando principalmente a venda por impulso. Porém o que mais me chamou a atenção é a maneira da apresentação do seu produto principal, a camisa de jogo.

Novamente o clube Catalão utilizou a internet para apresentação, valorizando seu site oficial. Na temporada passada o Barcelona utilizou fotos com seus ídolos, vestindo as camisas modelo 2011/12 no vestiário do Camp Nou, dessa vez o clube vez um vídeo de apresentação dos novos uniformes e uma foto em destaque.

Esse tipo de apresentação é uma tendência no mercado esportivo, clubes como Bayern de Munique, o próprio Barcelona e o Avaí aqui no Brasil já utilizaram esse tipo de estratégia. Na Fórmula 1 as principais equipes da categoria apresentaram seus carros para a temporada 2012 também utilizando seu site oficial.

Ao escolherem apresentar seus principais produtos oficiais na internet, utilizando seus sites, meio de comunicação também oficial, esses clubes e equipes buscam fortalecer o principal canal de comunicação das empresas e focar no que mais importa nesse momento que é a divulgação do produto, o quanto de mídia essa estratégia irá gerar e o retorno que proporcionará.

As apresentações de uniforme em eventos tradicionais inclusive com desfile, não serão substituídas por apresentações virtuais, pois existem diversos fatores a serem analisados antes de decidir por uma estratégia ou outra. 

sábado, 19 de maio de 2012

A bola não entra por acaso!

Hoje tivemos a Final da Champions League entre Bayer de Munique e Chelsea em Munique, partida aguardada com grande expectativa pelos torcedores alemãs. Não vi a partida toda, mas acompanhei grande parte, inclusive o momento decisivo, a disputa de pênaltis.
O jogo teve o Chelsea na sua característica principal, jogando extremamente fechado e saindo no contra-ataque, passando por pressões em diversos momentos, porém mesmo saindo atrás no marcador não se abalou e contou novamente com a grande eficiência do Drogba.
Bayer dominou a partida, saiu na frente no final do segundo tempo e estava com o título na mão quando o holandês Robben perdeu um pênalti no inicio do primeiro da prorrogação, mas o pior estava por vir. A disputa de pênalti começou com uma grande defesa do goleiro alemão Neuer (para mim o melhor goleiro da atualidade), mas Cech igualou a disputa a pegar a cobrança de Olic.
No momento em que Bastian Schweinsteiger dirigia-se a marca do penalti para efetuar a quinta cobrança do time alemão, lembrei que o mesmo foi formado na categoria de base do Bayer de Munique. Na hora recordei do livro “A Bola não entra por acaso” escrito por Ferran Soriano. O autor começa o livro citando a disputa da final da Champions League de 2008 entre Chelsea e Manchester United, quando John Terry formado no clube Londrino foi bater o penalti decisivo e também perdeu. Quando Schweinsteiger arrumava a bola, olhei para um Senhor do lado e disse vai perder e não deu outra.
O livro diagnosticou algo sério, em momentos decisivos a pressão psicológica influencia muito, ainda mais em atletas identificados com os clubes, eles possuem plena consciência do que a torcida deseja, sentem a cobrança interna e vivem os sonhos e as frustações de seus clubes.
Mais uma vez o treinador errou ao colocar alguém formado na base para uma situação tão crítica e de grande pressão, afinal seu companheiro de equipe tinha perdido o pênalti anterior, sua torcida atrás do gol aguardava com ansiedade pelo título, o clube internamente esperava há anos por esse momento. Aconselho a todos que trabalham com Futebol ou que são apaixonados por esse esporte que leiam o livro a “Bola Não Entra Por Acaso”,  pois o título do livro resume tudo. Boa leitura!

sábado, 12 de maio de 2012

Mais do que esporte, é entretenimento!

Amanhã os principais estaduais terão suas partidas decisivas. Teremos grandes festas por parte das torcidas, clubes faturando com a exposição da mídia e comercializando seus produtos e serviços. Como já venho escrevendo em textos anteriores, que para os campeonatos estaduais serem rentáveis, precisam obrigatoriamente das fases de mata-mata e principalmente final.
Atualmente o Futebol não é apenas um esporte e sim entretenimento, é um show para espectadores no estádio e na TV. Nos Estados Unidos, os eventos esportivos possuem uma ação de “fan park” muito bem realizada. Nos playoffs da NBA, NFL, NHL, MLS entre outros esportes americanos, os torcedores se divertem com diversas ações de entretenimento que geram recursos aos “times”, além de influenciar no emocional dos torcedores elevando a comercialização de produtos oficiais.
Precisamos “vender” o produto Futebol no Brasil como entretenimento, para isso os clubes devem estudar maneiras de tornar o jogo cada vez mais atrativo, afinal se for somente para ver o jogo o torcedor fica no conforto de sua casa, mas há quem diga, “os torcedores vão porque querem sentir a emoção do estádio”, será que esses dirigentes já pensaram que perderão esse argumento com a transmissão em 3D?
Sei que existem diversos problemas para viabilizar essas ações de fan park, afinal é uma ação que precisa ser muito bem integrada entre os departamentos de eventos, marketing, licenciamento, infraestrutura e principalmente necessita de um investimento inicial e suporte financeiro.
Se não agirmos rapidamente, teremos estádios cada vez mais vazios, torcedores em casa com família e amigos, porque não criarmos um ambiente para essa convivência dos torcedores? Para isso é necessário pararmos de reclamar do PFC e dos torcedores, colocarmos em prática tudo o que o torcedor quer, futebol e entretenimento.
Os dirigentes continuam achando que seus adversários são seus concorrentes, mas estão completamente errados, eles são apenas adversários em campo. Futebol é paixão, quem consome Vasco não consome Flamengo e vice e versa. Uma partida de futebol, por exemplo, concorre com cinemas, shows, festas, passeios no parque e shopping entre outros entretenimentos. Se os Estádios estão vazios é porque falta atratividade, não basta ter um bom time, é preciso trazer o torcedor para “consumir” seus produtos e serviços.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Bonitinho mas ordinário


Nessa noite de quinta-feira mesmo com a vitória por 2 a 1, o Atlético-MG foi eliminado pelo Goiás na Copa do Brasil, pois havia perdido a primeira partida por 2 a 0. O jogo marcou a reinauguração do Estádio Independência, uma arena nova, moderna, que tinha um custo estimado de 44 milhões de reais, mas ao final da obra acabou custando 125 milhões, creio que tenha ocorrido um pequeno erro de cálculo. (Modo irônico)
Com o Estádio Independência em funcionamento, os clubes da capital mineira, Cruzeiro, Atlético-MG e América-MG voltam a jogar em Belo Horizonte, já que o Mineirão também está em reforma para sediar a Copa do Mundo. Para os clubes isso implicará numa redução de custos, pois tinham que se deslocar para jogar na cidade de Sete Lagoas, cerca de 100km da capital.
Além do “probleminha” orçamentário, o Estádio apresenta erros absurdos, sendo o principal ter cerca de 6mil lugares com pontos cegos, ou seja, não possuem visão completa do campo. Alguém levou ao pé da letra a minha frase que “no futebol, o próprio é apenas um detalhe”. Para piorar, você sabia que os investimentos para a reforma do estádio são recursos do governo de Minas em parceria com o Governo Federal? Absurdo!
Entretanto os problemas não param por aí, a região possui um problema crônico de transporte coletivo e para piorar, os bolsões de estacionamento na região do Estádio são pequenos e não atendem sequer um público como o de hoje de 18mil pessoas. Uma cidade do tamanho de Belo Horizonte, uma das principais capitais do país, com bom poder econômico, sendo uma das sedes para a Copa do Mundo de 2014 não possui capacidade de fazer um jogo com 20 mil pessoas?
Caso você tenha se assustado com a diferença da previsão orçamentária da obra e o custo real da mesma, espere mais um pouco para analisarmos os custos reais dos estádios da Copa, acredito que em TODOS teremos recursos públicos, por sinal são mal geridos, pois uma obra que custa 284% a mais do que planejada, é porque ocorreram erros gravíssimos que devem ser apurados.
Para finalizar, os custos reais não serão os únicos problemas nas reformas e construções de Estádios para Copa, teremos o mesmo problema de logística existente no Estádio Independência mesmo esse estando fora da Copa. Isso porque os investimentos em infraestrutura são ridículos, além da maioria nem ter saído do papel ainda. Infelizmente teremos muitos elefantes brancos Pós-Copa.

Patrocínio vs Saúde


No mês de julho teremos o início dos Jogos Olímpicos, o maior evento esportivo do mundo que nesse ano acontecerá em Londres. A cidade está praticamente pronta para as competições que começam no dia 27 de Julho e encerram dia 12 de Agosto. Para a realização de um evento desse porte, é necessário muito investimento da cidade sede em infra-estrutura e locais de competições, já por parte do COI (Comitê Olímpico Internacional) a comercialização de patrocínios para viabilizar a competição e toda a organização da mesma.

Ontem li uma matéria que condenava a Coca-cola e McDonald´s como patrocinadores. Já diria um professor meu na faculdade “espera aí cara pálida”. Não querem que essas empresas patrocinem o maior evento esportivo pois seus produtos em sua grande maioria são altamente calóricos?

Recentemente fiz uma cirurgia de redução do estomago,  pois tinha dificuldades em perder peso, graças a Deus estou recuperado e bem de saúde, não preciso mais de remédio para pressão e tenho condições físicas de praticar esportes como sempre gostei, mas precisei da cirurgia por errar nos meus hábitos alimentares, afinal eu comia o que queria e na quantidade que desejava.

Em todos os setores existem os oportunistas, querem aparecer com frescuras e teorias sem fundamentos. O problema não está na Coca ou no Mac patrocinar os jogos olímpicos e sim na educação alimentar das pessoas. Como disse anteriormente o meu problema de obesidade era por culpa minha, nenhuma propaganda foi culpada de me tornar gordo, afinal elas despertam desejo e não necessidade de consumo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Poder do Microfone

Estamos na semana que antecede as decisões estaduais, em alguns estados como Santa Catarina, Paraná, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e Ceará teremos clássico nas finais. Excelente momento dos Clubes “faturarem” e da mídia ter e promover assunto.
Ocorre que muitos “profissionais” de imprensa querem promover a partida de qualquer jeito, logo as finais? Ainda mais com clássicos? A verdade é que essas partidas não precisam de tanta promoção, pois já possuem uma expectativa por si só. Atuei durante dois anos sendo responsável pela logística de jogos, estudei o assunto e ainda pesquisei sobre a administração estádios e arenas.
Nesses dois anos pude comprovar que a rivalidade muitas vezes acirrada pela imprensa reflete negativamente nos comportamentos dos torcedores nos jogos. Tenho a certeza que muitas brigas entre torcedores ou até mesmo revolta violenta de alguns torcedores com seu próprio time houve uma grande influencia da imprensa.
Há um ano não atuo mais nessa área, mas peço a todos os profissionais que pensam antes de falar, analisem as consequências que teremos antes de criar pautas ridículas que possam estimular a violência. A culpa da violência no futebol não é da imprensa é logico, isso se dá também pela passividade dos clubes e principalmente pela impunidade existente no país.
Aos clubes de futebol peço que evitem entrevistas exclusivas, afinal sempre tem uma perguntinha que a resposta pode ser mal interpretada, além disso invistam em segurança em seus estádios, não é momento de economizar. As responsabilidades da violência no futebol que ocorre principalmente em clássicos, não pode ser colocada apenas na Polícia.
Chegamos no momento de alegria e a violência não pode ser destaque. Vamos viver o esporte, curtir o futebol com brincadeiras, sem provocações pois isso nos deixa a um passo de problemas sérios, que já tiraram a vida de muitas pessoas.